Desde a pandemia de Covid-19, a população passou a ter mais familiaridade com as farmácias e drogarias, enxergando o local como ponto de saúde. Desde 2014, a Lei 13.021 já havia garantido que esses locais deixassem de ser estabelecimentos comerciais, classificando-os como estabelecimentos de saúde.
Em 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicou a RDC 197, que criou uma série de requisitos a serem cumpridos para as regulamentações de serviços farmacêuticos. A partir desse momento, a Lei começou a garantir a qualidade dos serviços prestados no atendimento aos clientes.
Sabemos que um bom atendimento, profissionais capacitados, um mix de produtos diversificado, organização e conhecer a concorrência são pontos básicos para que as farmácias tenham um bom desempenho. Mas quando gestores buscam aprimorar o negócio, sempre investem em estratégias que levam a satisfação de seus clientes.
Por isso, é preciso investir em um atendimento mais humanizado, pois com isso as chances de clientes satisfeitos são maiores. E como os gestores podem fazer isso? A criação da farmácia clínica é uma boa estratégia para que sua drogaria esteja mais presente na vida de seus clientes.
Hoje, apenas 10% das farmácias no país oferecem esse tipo de serviço de saúde, e a tendência é que triplique nos próximos anos. Nos serviços de saúde oferecidos dentro da farmácia clínica, há uma crescente demanda para a aplicação de vacinas, não apenas pelo segmento infantil e adolescente, mas na categoria adultos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação (ICTQ) para o Mercado Farmacêutico, mostrou que 30% da população tem interesse em serviços de vacinação em farmácias e preveem esse tipo de serviço como prioridade no portfólio dos serviços farmacêuticos.
A liberação da vacinação foi uma conquista importante para o setor farmacêutico, já que formalizou toda a parte operacional para se realizar a imunização nos estabelecimentos. Porém, podemos destacar que cada estado e município do Brasil tem regras e exigências específicas na implementação do serviço, pela vigilância sanitária.
E para que você invista nesse serviço de saúde na sua drogaria, é preciso estar atento a quais órgãos fiscalizarão o serviço de vacinação. Além da vigilância sanitária do município e o Conselho de Farmácia do Estado, outros órgãos públicos podem estar envolvidos, como a Secretária de Saúde local.
Quanto ao profissional que irá aplicar a vacina, o Conselho Federal de Farmácia exige um profissional habilitado e capacitado. O exercício de vacinação baseia-se em normas e cursos específicos, incluindo a exigência de conteúdos e cargas horárias. O farmacêutico deve estar sempre atento as atualizações das legislações que requerem deles formação contínua.
Para que o serviço de vacinação funcione na sua drogaria são exigidos alguns documentos, como o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRS), o Procedimento Operacional Padrão (POP) e um Manual de Boas Práticas Farmacêuticas. O PGRS e o POP, são obrigatórios.
O PGRS deve mencionar como todo o material perfurocortante e infectante será descartado, já que a imunização gera resíduos, como as agulhas. Além disso, é preciso contrato com uma empresa que faça a coleta e a destinação final desses resíduos de forma correta.
O POP é um documento que detalha a forma como o procedimento da vacinação será executado. Dentro de uma farmácia, toda a atividade desenvolvida dentro da sala de serviços farmacêuticos deve ter um POP. Isso garante que os procedimentos sejam sempre feitos da mesma forma e dentro dos mesmos padrões de segurança.
As drogarias precisam ter instalações físicas adequadas para realizar a vacinação. Isso inclui metragem mínima de 6m² para que seja possível acomodar os equipamentos necessários, como uma câmara fria para armazenamento das vacinas, uma maca ou cadeira reclinável. Além de um local para cadastro do paciente no sistema e disponibilização da carteira de vacinação.
E você deve estar se perguntando: Quais as vacinas podem ser aplicadas na drogaria? Todas as vacinas podem ser aplicadas na drogaria. Mas o ponto de atenção deve ser quanto a exigência ou não de uma prescrição médica. As vacinas que não são contempladas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) exigem prescrição médica.
Desde maio deste ano, com a publicação da nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atualiza as regras para o funcionamento de laboratórios clínicos e que permite a realização de exames em farmácias, com a finalidade de triagem, que os serviços de farmácia clínica passaram a ser visados pelas farmácias e drogarias.
A expectativa e análise de especialistas é que as farmácias e drogarias ganhem ainda mais importância no ecossistema de saúde. E quais as vantagens em oferecer esses serviços de saúde em sua drogaria?
A vantagem desses serviços é que eles não têm grande impacto na receita do estabelecimento, já que para implementação desse modelo de clínica os custos são baixo. Para as drogarias que possuem horário de funcionamento amplo, contemplando os períodos da manhã, tarde e noite, a aderência dos pacientes aos serviços acontece de forma natural.
Dessa forma, você consegue aumentar o fluxo de pessoas em sua drogaria, que além da comodidade de comprar o medicamento, já poder aplicar. Outra vantagem, é a conquista do posicionamento da sua marca, ao oferecer serviços de saúde, sendo uma oportunidade de fidelização de clientes.
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